Estados mentais e a criatividade

março 11, 2016
estadosmentais-criatividade

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Há muito já caiu por terra a tese de pessoas com habilidades ímpares, e que se destacam em função delas, teriam inato esses dons divinos que os faziam superiores ou diferenciados. A pessoa nasceu com aquele dom e o resto da pobre humanidade que se conforme com a mediocridade.

Não podemos negar que existam sim pessoas que nascem com facilidade para o aprendizado de artes, música, lógica, etc., mas, não podemos restringir a esses poucos predestinados os méritos de todo desenvolvimento da humanidade.

Com toda certeza há muito mérito em relação aos avanços tecnológicos ligados a pessoas comuns que por persistência e por terem desenvolvido habilidades com muita dedicação, treinamento, estudo, esforço conseguiram desempenhos extraordinários e puderam contribuir para significativas evoluções em suas áreas de atuação.

Nos estudos sobre administração empresarial essas discussões foram bem batidas quando no estudo da liderança, do papel do líder, do perfil de liderança, das características dos líderes, havia o questionamento quanto à possibilidade de ser efetivo o desenvolvimento em qualquer pessoa, de habilidades que levassem a melhor performance quanto a gestão de equipes e resultados. Que não necessariamente um líder teria nascido líder, mas que poderia ser desenvolvido para esse propósito.

Em relação a inovação e a habilidade de pensar de forma criativa o artigo disponibilizado corrobora com essa visão de desenvolvimento. Estavam referenciados nele diferentes estudos que também atestavam que essa habilidade pode ser trabalhada e desenvolvida.

E o mais interessante é que, para as pessoas que tiveram performances superiores na resolução de problemas, isso não ocorreu em função de terem surper cérebros, mas sim, por terem estados mentais que colaboram para o pensamento criativo.

Para a autora Evangelita Crisikou, p. 33, 2012, esse estado mental pode ser explicado da seguinte forma: Considerando a criatividade costuma ser associada diretamente a novas ideais, a predisposição para desenvolve-las é a primeira etapa importante do processo. Em geral, para chegar a novas soluções é necessário ter a mente aberta, isto é, o máximo possível livre de regras e, de preferência, com o mínimo de autocensura.

Essa primeira fase do processo de inovação pela geração de ideias é um exercício paradoxal interessante para nosso cérebro. Como treinar nossa mente para estar livre de julgamento quando passamos a vida sendo coagidos a nos posicionar em relação as escolhas que normalmente são convencionadas socialmente?

O treinamento passa a ser uma investigação em relação aquilo que nos é essencial, o que acreditamos por significar uma verdade dentro dos nossos valores, e aquelas escolhas que tomamos consciência serem resultado da coação social e suas predefinições quanto ao que é certo, errado, aceitável, justo, bonito, feio, etc.

Depois dessa investigação dá para começar a entender melhor e alertar o pensamento quando sentir que o processo está sendo manipulado, que para a autora seria a segunda fase desse processo, de manter os pensamentos sob controle.

Colocar a mente de forma aberta para que esteja livre de julgamentos e passe a pensar de maneira criativa e inovadora parece, portanto, um desafio complexo, mas não, o artigo nos coloca algumas formas simples para treinar a mente para adotar essa postura:

  • Realizar menor filtragem em relação a conhecimento e experiências para não restringir a solução do problema aquilo que já é conhecido e usual.
  • Concentrar a mente em outros aspectos do problema, estéticos por exemplo e não de usabilidade, assim a mente passa a olhar o problema sob uma perspectiva menos atrelada ao convencional.
  • Cuidar com processos de geração de ideias em grupos pela coação que o grupo pode até sem querer causar na definição das soluções.
  • Realizar exercícios de expansão da capacidade criativa como por exemplo pensar em diferentes usabilidades para objetos cotidianos, descrever de forma incomum objetos por suas características físicas e não pelo uso que fazemos dele.
  • Ainda pode ser tentando se utilizar de estados em que a mente estará fisiologicamente tranquila e desprovida de freios de julgamento, como o sono tentando assim treinar o cérebro para poder realizar associações durante sonhos com o problema.
  • Levar a mente a distração com outras atividades não correlatas e voltar para o problema com a mente menos exaurida.
  • Pensar no problema como algo fisicamente distante para abordar os problemas em termos mais abstratos e menos sujeitos a julgamento.

Trazendo essas questões para nossa arquitetura organizacional nos surgem então, questionamentos de:

  • Como nós no papel de gestores podemos estruturar recursos que propiciem ambientes favoráveis à geração de ideias e pensamento criativo?
  • Como se utilizar dessas técnicas para desenvolver as pessoas e leva-las a outros patamares de contribuição enquanto inovação?
  • E principalmente como construir uma cultura colaborativa e não repressora que possibilite as pessoas terem coragem de correr riscos e defenderem ideias frete ao enorme medo de serem julgadas e de saírem da zona de conforto?

Não há receita de bolo, mas melhores práticas estão aí para serem consideradas, e alternativas são necessárias para podermos avaliar quais se adaptam a nosso contexto organizacional. Ver os processos essenciais, como da inovação, sob outras perspectivas também pode ajudar a responder um pouco das inúmeras questões quanto ao que é necessário para que tenhamos um desempenho superior e obtenhamos vantagem competitiva.

Resenha Crítica do Artigo: Criatividade é possível exercitar a capacidade de ter boas ideias e encontrar soluções com mais facilidade, autora Evangelita Crisikou, 2012, para o curso de MBA Gestão Estratégica SENAC Lages SC.estadosmentais-criatividade

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